A escrita Zeta foi proposta por Tarcísio Bannwart em 2003 como projeto de conclusão de seu curso de graduação em Desenho Industrial Programação Visual pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Tarcísio, em vias de se tornar um designer questionara
[…] o que aconteceria com os designers se o romance “Ensaio sobre a Cegueira” de José Saramago fosse uma realidade e de repente todas as pessoas perdessem a possibilidade de enxergar? Foi após uma dessas reflexões que buscamos novas funções para o design. Através dessa perspectiva fomos obrigados a compreender toda a comunicação dos deficientes visuais e suas dificuldades, e com os estudos constatamos que a tipografia interfere diretamente na vida de todos, inclusive dos deficientes visuais (PROJETO_ZETA, 2006).
Surgia com isso a ideia base para o Projeto Zeta: uma associação entre a linguagem Braille (linguagem dos portadores de deficiência visual), o alfabeto convencional e a tecnologia de celulares.
Com uma associação direta da forma da letra com a grade de números de seu celular, é possível visualizar as combinações de cada dígito.
Para exemplificar melhor, imagine a letra “A”, veja que ela tem dois pontos inferiores, assim começaríamos a desenhá-la no ponto 7 (da grade zeta) e terminaríamos no ponto 9, assim a letra A é a a sequência dos números (7,9).
Agora imagine a letra “C” veja que ela tem dois pontos laterais, assim começaríamos a desenhá-la no ponto 3 (da grade zeta) e terminaríamos no ponto 9, assim a letra C é a sequência dos números (3,9).
Com isso facilitamos o entendimento da linguagem tanto para portadores de deficiência visual como para as pessoas que não são portadoras de deficiência visual, além de ser um método comum a todas as pessoas que enxergam.
Em nosso projeto os numerais são representados por eles mesmos já que estão na grade. Ou seja, durante um intervalo de tempo, se você digitar: apenas uma vez, terá o número correspondente; duas vezes, uma letra do alfabeto, caracteres especiais mais utilizados ou acentuação; e três vezes, outros caracteres.
Testes com usuários no IPC (Instituto Paranaense de Cegos)
Para validar a utilização da linguagem, Tarcísio Bannwart visitou o Instituto Paranaense de Cegos em Curitiba/PR, onde levou alguns gabaritos com os alfabetos Braille e Zeta. Em menos de 15 minutos, um dos cegos do instituto conseguiu aprender a linguagem Zeta e leu um trecho do texto de José Saramago.
Projeto Zeta no IG TV
Entrevista cedida ao iG TV no III Mobile Fest 2008, onde o designer Tarcísio Bannwart explica rapidamente o que é o Zeta: uma nova linguagem para inserção de dados em dispositivos móveis, facilitando o uso de usuários com deficiência visual.
Zeta ganha prêmio Finep
A Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), do Ministério da Ciência e Tecnologia, premiou 11 finalistas da edição 2009 do Prêmio FINEP de Inovação, sendo quatro catarinenses, cinco gaúchos e dois paranaenses.
Os vencedores nas etapas regionais e nacional dividiram R$ 29 milhões em financiamentos pré-aprovados pela FINEP.
A ZETA Comércio de Software (PR) foi uma das três vencedoras na categoria Pequena Empresa.
TV digital
Foram verificadas possibilidades alternativas para a utilização da linguagem além dos celulares: qualquer dispositivo que possuísse um teclado numérico com grade 3×3 poderia utilizar o Zeta. Foi então desenvolvido um protótipo para viabilizar a interação na TB digital, seguindo o padrão brasileiro.